Quase todo mundo vai ter dor de cabeça (cefaleia) uma vez na vida. Existem mais de 150 tipos de dor de cabeça e a enxaqueca, conhecida pelo termo médico de migrânea, é um dos tipos mais frequentes. De acordo com a OMS, uma em cada 7 pessoas tem enxaqueca. Ela começa geralmente na adolescência e é encontrada em maior frequência em indivíduos entre 35-45 anos, podendo ocorrer em crianças também. Ela ocorre em uma frequência 3 vezes maior nas mulheres em relação aos homens. Essa diferença ocorre devido as alterações hormonais que ocorrem nas mulheres, e por isso a frequência reduz quando elas entram na menopausa.
Existem várias teorias para a enxaqueca, acredita-se que pelo menos 2 substâncias (neurotransmissores) estão com sua atividade alterada: a serotonina e dopamina.
A crise dura entre 4 e 72 horas, a dor é de intensidade moderada a forte, muitas vezes incapacitante, pode atrapalhar a vida profissional e pessoal. Durante a crise a pessoa prefere deitar-se em um ambiente escuro, silencioso, por vezes se isolando das outras pessoas.
A enxaqueca é caracterizada por dor em um dos lados da cabeça (que pode mudar de lado), é um tipo de dor pulsátil (que pulsa “como o coração”), pode piorar quando a pessoa está em um ambiente luminoso (fotofobia) e com barulho (fonofobia). Também pode ser acompanhada de náuseas ou vômitos.
Cerca de 20% das pessoas com enxaqueca apresentam um pródromo de aura. Isso quer dizer que logo antes da dor iniciar, a pessoa pode se deparar com sensações que se iniciam de 1 a 60 minutos antes da dor e podem continuar durante a dor. Podem ocorrer manifestações luminosas (escotomas) que são pontinhos luminosos como flashes por exemplo. Também pode ocorrer formigamentos no corpo.
As crises de enxaqueca se manifestam de forma única em cada pessoa e por isso mesmo o tratamento deve ser individualizado.
Estima-se que 90% da população mundial já apresentou ou irá apresentar algum episódio de dor de cabeça (cefaleia) ao longo da vida. A enxaqueca é um dos tipos mais frequentes de dor e ela se manifesta de forma única em cada pessoa. Por isso, é recomendado que seja feita uma avaliação completa do paciente, com história detalhada do tipo de dor para avaliação de qual será o tratamento mais efetivo. O tratamento é dividido em 3 partes:
Só faça uso de medicamentos prescritos por um especialista, pois o abuso de analgésicos comuns pode “transformar” uma enxaqueca eventual em enxaqueca diária. Para saber o que é o melhor em cada situação, um neurologista deve ser procurado, para que o paciente receba o diagnóstico e inicie o tratamento o mais rápido possível. Algumas pessoas convivem com a dor durante anos e se acostumam com ela, mas não é normal sentir dor! A enxaqueca pode ser controlada, o que torna o acompanhamento médico algo muito importante, para ajudar o paciente a entender o problema e o que causa suas crises. A ideia é fazer com que os efeitos da enxaqueca sejam menos debilitantes e que o paciente tenha qualidade de vida!
Dra. Letizia Borges