Demência é um termo que usamos para descrever sintomas de alteração da cognição, que diz respeito a memória, linguagem, atenção, capacidade de julgamento, dentre outros. Quando a pessoa tem demência, ela tem uma piora progressiva desses sintomas e além disso, tem dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia, que antes eram realizadas sem esforço.
Existem vários tipos de demência, cerca de 80% são causadas pela doença de Alzheimer. Ou seja, a doença de Alzheimer é um tipo de demência.
A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa, ou seja, ocorre lesão nas células do cérebro de forma evolutiva e irreversível. Quando um idoso começa a se esquecer frequentemente de eventos que acabaram de acontecer, não se pode simplesmente dizer que é “caduquice”, tem que ser investigado. A doença de Alzheimer se inicia em geral a partir dos 65 anos, só em alguns casos ocorrem em pessoas mais jovens. Apesar de estar relacionada com o envelhecimento, é importante salientar que nem todos os idosos terão essa doença.
A doença de Alzheimer foi descoberta pelo Dr. Alzheimer. Em 1906 ele relatou o caso de uma paciente e descreveu as alterações que ele encontrou ao analisar o cérebro dela: a placa senil e os emaranhados neurofibrilares. A placa senil é o resultado do acúmulo de uma proteína chamada beta-amilóide e os emaranhados neurofibrilares ocorrem por alteração de uma proteína chamada tau. Ainda não sabemos o que inicia o processo de alteração dessas proteínas, sabemos que essas lesões vão progredindo e se espalhando pelo cérebro. Dessa forma, os neurônios (células do cérebro) não conseguem mais se comunicar um com o outro e morrem. Essa situação impossibilita a pessoa de acessar sua memória e além disso, com a progressão da doença, a pessoa pode ter dificuldade de falar, de tomar decisões, ter alteração do comportamento e, por último, ter dificuldade de se locomover.
Infelizmente ainda não. Existe um tratamento com medicamentos que chamamos de “sintomáticos”, ou seja, podem deixar o quadro de alteração de memória estável, agem nos sintomas, mas não modificam o curso da doença. Também é possível usar medicamentos para ter mais qualidade de vida, que modulam o humor, comportamento e sono, dentro outros. Além de medicamentos, a ajuda da família e o auxílio de uma equipe multiprofissional (neurologista, psicóloga, fonoaudióloga, fisioterapeuta, nutricionista, geriatra, gerontóloga) resultam em uma grande diferença na vida de quem tem Alzheimer. É de extrema importância que o paciente e os familiares tenham apoio, que saibam que podem contar com outras pessoas.
Dra. Letizia Borges